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sábado, 1 de setembro de 2018

AIDS e dois pontos sagrados



No Brasil hoje temos confirmados pouco mais de cinco milhões de pessoas com vírus HIV, estima-se que esse numero pode ser ainda maior ,considerando que uma grande parte dos contaminados não fazem o teste e logo não sabem que possui o vírus, 76% desses casos são confirmados em pessoas heterossexuais.
O tema é sempre recorrente na mídia pela importância na discussão e pelo fato de ser uma doença incurável. Nos últimos anos, as tentativas de se chegar a uma cura criam sempre uma esperança e uma perspectiva de que logo contemplaremos a erradicação deste mal, que assola a sociedade há 40 anos.
Todos sabemos a importância de se preservar, porque o que realmente protege é camisinha não afeto, mas não podemos julgar é complicado falar de uma doença que esta ligada as duas coisas que temos de mais sagrados o AMOR e o TESÃO, a ponte que liga o homem ao HIV são as duas coisas que ele tem de mais inerente: amor e tesão. A nossa afetividade e desejos são as camadas mais sensíveis de nossa pele, portanto se faz necessário um acolhimento mais solidário por parte da sociedade.
Hoje existe tratamentos eficientes para essa doença, e também formas eficazes de evitá-la, mas uma coisa ainda assombra os soropositivos, o nome disso é preconceito, não vou ficar aqui repetindo a importância de se preservar porque entendo isso como uma opção individual de cada um. Todos podem usar o seu corpo como quiser.
Existe ainda no Brasil pessoas que são despedidas do emprego por ter o vírus, pessoas que perdem namorado por revelar sua condição, pessoas que são rejeitadas pela própria família por ter o vírus.
Essas pessoas muitas vezes são encurraladas para quadros irreversíveis de culpa, depressão e até suicídio. Falta informação, falta entendimento e boa vontade de nossa parte para entender a diferença no outro. O fato é que nenhum de nós estamos isentos de surpresas desagradáveis, por isso a necessidade de olhar a dor do outro com um olhar mais demorado, possibilitando assim a convivência em harmonia. Está mais do que provado que quem tem o vírus fazendo o tratamento tem uma expectativa de vida igual a quem não tem, mas o que mata o soropositivo hoje é a morte social. Vale ressaltar que quem possui o virus , com no maximo três meses de tratamento consegue zerar a carga viral no sangue( o que não significa cura) mas a chance dessa pessoa contaminar outra, ainda que o sexo seja explorado sem preservativo é igual a zero, ( revista ciência e saúde ).
Especialistas indicam que em breve veremos a erradicação total do vírus HIV, a ciência luta de forma incansável em busca da peça que fecha esse quebra cabeça e tudo indica que logo menos esse pesadelo vai acabar. Segundo matéria publicada recentemente na revista superinteressante, 26 pacientes já foram curados, estas pessoas que já foram ‘’curadas’’ se encontram em observação até que haja um tempo de segurança para que a ciência se certifique de que o vírus não vai voltar, assim que passar essa fase o remédio chamado vorinostat poderá ser usado por todos os outros. Como é? Quem possui HIV recebe um medicamento que acorda as células onde o vírus estava escondido. Em seguida, toma o coquetel de antirretrovirais - que impedem a multiplicação do HIV. Com o tempo, isso pode levar à eliminação total do vírus do organismo. A técnica ainda está em fase experimental.
O infectologista David Uip afirma que muito antes de 2030, veremos a erradicação todal do virus( não concordo totalmente com essa afirmação, mas creio que a médio prazo pode se concretizar a cura funcional).
Minha amiga Luciana N. se contaminou praticando sexo lesbico com sua noiva e vive muito bem mesmo sendo soropositiva a mais de trinta anos e é uma mulher realizada e feliz em todos os sentidos.
Tenho outra amiga Valeria Polizze que aos 14 anos ( virgem sexualmente falando)fez uma viagem de navio , dentro do navio transou com um lindo rapaz que a transmitiu o virus HIV , e hoje depois de quarenta anos do fato, ela está linda , casada, saudavel é jornalista e escritora, Valeria para mim é uma prova de amor, resistência e superação. Vale ressaltar também que Valeria , assim como Luciana seguem a risca o tratamento, que consiste em tomar um comprimido por dia, e todas as demais orientações medicas. Ambas a dez anos atrás tomavam cinquenta e cinco comprimidos por dia, hoje apenas um.
Faça o teste, é fácil, rápido e pratico positivo ou negativo siga em frente porque vai valer a pena e se por acaso a vida colocar em seu caminho algum soropositivo, não julgue, não questione, não faça perguntas constrangedoras, não condene, porque você não sabe o dia de amanhã, antes de sermos gays, negros, soropositivos, retirantes, mulheres, soronegativos, homens, ricos, pobres, somos todos humanos e isso nos congrega, se você racionaliza isso e transforma em atitude certamente o calvário do mundo fica menor.

9 comentários:

  1. Esse artigo escrevo quando eu era colunista do partido PSOL, em 2016, segundo os cordenadores do site foi a matéria mais visualizada de todos os tempos, com mais de setenta mil leitores em menos de dez minutos da publicação. Muito obrigado a todos que me ler. A você devo tudo, no mais absoluto significado da palavra tudo. Beijos!

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  2. Essa semana fiquei sabendo que tenho essa problema, mas lendo a valeria estou motivado, peguei da minha ex noiva

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  3. tenho aids a 26anos, desde que tinha 13 quando fui estuprado pelo meu pai que em seguida morreu de aids, não tomo medicação pois estou de carga viral indetectavel, portanto não consigo passar o virus para outras pessoas, gostei do artigo, mas fiquei surpreso , não sabia que se pega dst em praticas sexuais voltadas para o lesbianismo, Celso, Natal

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    1. O pior é que até hoje não sou feliz , pois sou apaixonado por ele, embora o estupro não tenha sido com meu consentimento

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  4. Falta informação. AIDS não mata mais e o tratamento é simples, o que acho estranho é que a hepatite c mata em massa e não existe campanha para ela, sem contar que os canais de contaminação são bem maiores do que AIDS. Também conheço uma moça que pegou HIV DENTRO de um relacionamento lesbico a mais de trista anos, esteve entre a vida e a morte varias vezes e hoje é medica e bailarina e feliz e casada

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  5. Como soropositiva acho que você deveria escrever um livro sobre o assunto Marlon, pois so conheço dois sobre o tema.
    Sou soropositiva, casada, tenho filhos, profissão e sonhos: Adriana dos Santos - Florianopólis

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  6. Entro aqui todos os dias quando chego no trabalho, impressionada como você cosegue escrever sobre qualquer coisas, deixando ilustrada sua poesia e ternura sobre oas assuntos mais amargos e diferente

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  7. Eu lembro quando escreveu no PSOL, foi de fato mais de 300 comentários, merecidamente.
    Aderbal

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