Surpresa

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terça-feira, 24 de setembro de 2019

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Esse e livro foi o mais difícil que já escrevi. Foram cinco anos de construção de roteiro, pesquisas,introdução, desenvolvimento e conclusão desse projeto ( tive o privilegio de contar com uma equipe de colaboradores demasiadamente capacitada) . Em muitos momentos, senti vontade de abandonar a obra; senti dores de parto, durante toda escrita, talvez pelo fato de escrever sobre pessoas tão próximas a mim. Mas, ao final dele, me senti sentado à mesa posta, celebrando com todos os meus leitores o triunfo da fé sobre tudo aquilo que há de diabólico no mundo.

Esse livro poderia se chamar, ”O SOFRIMENTO COMO LUGAR DE REVELAÇÕES ILUMINADAS”, pois jamais conheci em toda minha vida uma pessoa com tamanha capacidade de transformar lata em ouro, como Maria a “ heroína” dessa história.

Alguns nomes foram modificados a pedido das personagens.

Essa leitura chegou a suas mãos por um motivo, mas vai permanecer por outro. Sabe qual? Descubra, abrindo todas as torneiras da sua sensibilidade. Existem distâncias que não são geográficas, são do nosso vazio interior; não são percorridas pelos nossos pés, uma vez que são espirituais - somente pessoas incomuns conseguem trilhar esse caminho e, no final dele, encontrar a chave que nos liberta das correntes da alma.

Somos como rios. Um rio só chega ao mar depois de ter encontrado outros rios pelo caminho. É mixórdia do percurso, quando na solidariedade de encontros o rio vai se agigantando, deixando de ser só, tornando-se outros. Essa analogia nos faz bem, se entendermos o avesso dela.

Um livro que tem como pano de fundo a poesia retirada dos olhos de pessoas que aprenderam, pouco a pouco, a gerenciar suas próprias misérias no ventre do silêncio. Tem-se um longo processo singular da promessa encarnada dirigida do templo do coração, do relicário do ser ao ser.

Esse trabalho possui três marcas: humanismo, simplicidade e provocação. A primeira para nos devolver a nossa humanidade falida e nos lembrar, a todo tempo, que o outro caminhante ao nosso lado, cheio de feridas, nos recorda o que somos. Com esse confronto, não sabemos lidar. Daí nasce o nosso desprezo. Quando sofremos ou choramos somos todos iguais. Sábios e ignorantes, mestres e alunos, inocentes e culpados, ricos e pobres, famosos e anônimos, torturados e torturadores - somos todos iguais. A segunda para nos mostrar que, com a ausência das coisas simples, nunca atingiremos o almejado estado de nirvana. Finalmente, para nos perturbar, retirando, debaixo das sombras, as pessoas que a soci-edade insiste em colocar na moldura cruel da invisibilidade.

Como escritor, eu dou o direito ao grito, ao pranto e ao canto às pessoas que, até então, se encontravam fora do tecido social.

Espero com esse trabalho trazer um novo debate público, promovendo inclusão social a todos aqueles que a sociedade insiste em jogar nas periferias da vida, negando seu direito à visibilidade e ao amparo social.

O campo de batalha nasce nos escombros do mundo, nas esquinas do nosso ser. A mesa posta começa, quando do inesperado, uma mão se estende em direção à nossa e nos faz crer que a melhor alternativa é seguir rumo à terra prometida; ela existe e eu provo nesse livro. Siga rumo a ela, mesmo que rastejando. Sempre siga em frente, mais adiante você vai entender tudo. Páginas da vida cheias de enfrentamento, alegrias e limites iluminam com todas as suas contradições as páginas desse livro.

Encontra-se em suas mãos um texto que esconde, nas entrelinhas, punhados de remédios que curam as cicatrizes carregadas por nós, consciente ou inconscientemente no sentido analítico-existencial e espiritual.

Como filósofo e psicanalista, visitei as indigências do mundo, para desvendar o misterioso conceito de fé. Conversei com muita gente marcada pela vida, mas perseguidora de sonhos brilhantes, portanto esse livro é fruto de um trabalho criterioso de pesquisa, e da jornada da Maria - uma mulher que possui a dureza dos metais e a sensibilidade das flores, como diz o poeta. Não se trata de um livro de ficção. Confesso que coloquei punhados de minha fértil imaginação, mas, no geral, tudo que há aqui são histórias da vida real, nem sempre tão doce, nem sempre tão amarga.

É um livro sobre pessoas prenhes de fé, esperança e amor.

Mergulhei na mística das aspirações femininas para dar a palavra (em formato de canto) às mães de modo geral, especialmente as mães de presidiários, LGBTs, dependentes químicos, prostitutas, crianças com necessidades especiais, suicidas, abortados, cadeirantes, soropositivos e tantas outras.

A personagem central do livro é Maria - uma retirante nordestina que sonha com um futuro melhor para seus filhos, mas se esbarra em três pedras no caminho que serão apresentadas ao longo da leitura. A destemida Maria é “uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta”, vale ressaltar que “quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.

O senso comum (nem sempre sensato) sabe que as drogas somente levam a dois caminhos: cemitério ou cadeia, mas Maria bordou sua história com linhas de fé e isso não a impediu de conhecer pelas escolhas de seu filho, Luciano, o quinto dos infernos, mas é com muita alegria que venho anunciar a passagem de Maria pelo inferno, sem, contudo, ter permanecido nele.

Entre o que a sociedade e a ciência dizem e os planos de Jesus há uma distância muito grande. Em meio a presídios, cemitérios e o quinto dos infernos, aqui personagens se reinventam derramando luzes onde antes só havia treva. Esse livro tem a missão salvífica de provar que não há mal que dure para sempre.

Eu, como pesquisador da alma humana, penso que é justamente aí que se manifesta a grandeza do altíssimo, a magia do mundo e o milagre doce de viver. É assim que se intui, de um modo ou de outro, que nenhuma mudança, por sutil que seja, pode ser feita sem uma dose de ruptura ou sacrifício.

Esse livro brotou em meu coração através de olhos de seres humanos que se encontravam enjaulados por pessoas, coisas, fatos e sintomas. Eu falo da prisão do pensamento. Não, apenas, a do corpo. O mundo chora o tempo inteiro e, muitas vezes, o remédio são mamadeiras de palavras, mas ninguém as quer oferecer. Eu me deparei com matérias humanas cruelmente feridas pelo mundo, mas cicatrizadas pela fé na vida, em Deus e na possibilidade de mudança.

Quem ler esse livro sentirá desejo natural de ojerizar todos os tipos de entorpecentes. Quem ler esse livro terá aberta a porta do coração e, a partir daí, o mundo não vai mudar, mas seu olhar sim. Terá um coração capaz de acolher a todos aqueles a quem a sociedade despreza, mas a quem Deus tem preferência. Estranho para você? Para mim também. Mas, quando Jesus voltar, seus amigos não serão aqueles ajustados socialmente e sim aqueles que não merecem ser escolhidos e é nessa mística que está à grandeza dele - um coração tão imenso que acolhe todos.

Talvez você ainda não tenha encontrado uma saída para seu sofrimento, porque ainda não teve coragem de mergulhar com inteireza no mistério dele.

Maria fez isso. Aceitou com resignação e humildade seu purgatório e provou pela sua história de fé e superação que o sofrimento é ponte e, se interpretado da forma certa, deixa de ser um calvário e se transforma em um lugar de revelações iluminadas.

Quando terminar de ler esse livro, feche os olhos e, infalivelmente, seu coração vai te dizer em alto e bom tom: Deus está presente o tempo inteiro.

Marlon de Albuquerque

Latindo



Estou tão atrasado, que nem tenho tempo de explicar.
Drogas e dor são iguais. . .
Quero pelo menos experimentar ainda que seja como sobremesa aquilo que os outros chamam de felicidade.
Não podemos retornar ao útero, mesmo quando às vezes tudo é infernal.
Hoje o dia não foi ruim, chorei , mas foi por hábito. Do nada me veio à sensação de não pertencer a esse mundo, me sinto e é uma brisa de sensação legítima de que sou apenas um casarão abandonado.
Saber-se quem é pode ser libertador, mas ainda tenho muitos medos . . .
Antes quando criança, eu desconfiava que somente a poesia pudesse mudar o mundo, hoje com cinqüenta e cinco tenho certeza, a poesia é a única chave que liberta a alma presa.
Todo mundo que tem coração de príncipe e a alma retalhada precisa de poesia o dia inteiro, é uma questão de vida ou morte. De modo que peço diga ao povo que vivo.
Jogaram-me aqui, sem manual de sobrevivência, sem senha, sem guia.
Eu acredito no amor, vou morrer acreditando, porque nascemos com um coração e morremos com o mesmo.
Minha alma raquítica e cérebro afetivo infantilizado nunca conseguiram entender outro caminho.
É tudo tão arriscado, me deram migalhas envenenadas de afeto e eu que sempre fui sedento pelo verdadeiro amor, fui com ele até sua terceira margem, voltei de pés descalços e espinhos na carne.
Conhecer o caminho de volta não é garantia de felicidade.
Agora preciso pagar o aluguel e o meu pedágio por cada dia de vida.
Quero dizer mais do que a vida me permitiu viver , mas tenho medo de minha mudez e vendavais .
Liturgia é a passagem de Deus por nós, desejo que um dia ele fique.Afinal Deus é amor?
Marlon Príncipe