Surpresa

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sábado, 28 de janeiro de 2017

Eu


Pessoalmente, sinto-me triste por não ter havido um Apanhador no Campo de Centeio onde um dia estive brincando. Marlon

Quase


Morei no quase por toda minha vida.
Marlon-Príncipe maluco

Lindo


Agrada-me respirar na escada este cheiro de calma, de ordem, de limpeza, de decência e de domesticidade, o que, apesar de meu desprezo pela burguesia, tem sempre algo de comovente para mim, é me apraz também atravessar o umbral do meu quarto, em cujo interior tudo isso se acaba, onde entre os montões de livros aparecem pontas de cigarros e garrafas de vinho vazias, onde tudo está desordenado e negligente, e onde tudo, livros, manuscritos pensamentos, está marcado e embebido pela miséria do solitário, pela problemática do ser humano, pelo anseio de dar um novo sentido a uma vida humana que já perde seu rumo.
O lobo da estepe, Hermann Hesse

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Amar


É tão ruim e pesado ser referencia de alguma coisa, seja alegria, honestidade, felicidade, beleza, sucesso, inteligência,talento, cultura, caridade. Eu particularmente não desejo ser referencia de nada, não sei viver em gaiolas. Eu quero apenas viver e amar como der sempre a meu modo, torto ou correto não me importa mais. Eu só preciso viver e amar experimentando meus limites e minhas circunstâncias. Só isso!
Marlon-Príncipe maluco

domingo, 22 de janeiro de 2017

Por Darson Ribeiro- Cineasta e diretor de teatro


Marlon só agora consegui terminar seu livro, parabéns, deu vontade pensar numa peça de teatro tamanha poesia e envolvimento dos dois naquele universo difícil de ser contado, narrado, descrito. Cenas fortes, outras nem tanto, e de um jeito muito peculiar na escrita...

Denis


Denis Paiano Foi assassinado e acharam o corpo enterrado num canavial em Eneida. Mais um caso em que a vitima morre ao ir em encontro, marcado através de aplicativo: chegando no local marcado foi assassinado por dois homofobicos.
“A Polícia encontrou, enterrado próximo a um canavial em uma área rural em Presidente Prudente, o corpo do rapaz, homoafetivo desaparecido apresentava um corte profundo na cabeça e sinais de queimaduras. O caso é tratado como homofobia, e dois suspeitos, que já estão presos temporariamente, ( dois menores) acabaram de confessar que estiveram com o moço e indicaram o local em que enterraram o corpo.”
Homofobia MATA!
Marlon-Príncipe maluco

Rodrigo


Rodrigo Ferreira Rosa acaba de ser assassinado, vítima de intolerância, alvejado por disparos de arma de fogo, vindo a óbito no local.
O rapaz vinha sendo ameaçado em seu bairro, em razão de sua homoafetividade.
Meus sentimentos a todos os famíliares e amigos.
Anapólis-GO
Marlon-Príncipe maluco

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Matheus



Rejeitado pela própria família em razão de sua orientação sexual, o jovem homoafetivo Matheus Camillo se matou ontem a noite em Caxias do Sul-RS

Flavio


Flávio Thadeu de Souza Lima Cavalcante, 30 anos,homoafetivo foi encontrado morto com sinais de violência hoje em Mogi Guaçu/SP. Flávio era de Mogi das Cruzes .
Homofobia MATA!

Caio


“Tenho um dragão que mora comigo.
Não, isso não é verdade.
Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço - seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.
Isso me pareceu grandiloqüente e sábio como uma ideia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha - felizmente indecifrável - lucidez daquele dia.”
― Caio Fernando Abreu, Os dragões não conhecem o paraíso

Bobagens


Quando dei por mim já era tarde e percebi de modo secreto e porque não dizer particular?!
Que basta um gole de vida verdadeira e o oculto se manifesta em formato de massacre pessoal e eu que sou um rebanho de pensamentos incomunicáveis neles choro, neles moro, neles oro.
Agora eu sei que é sábado ainda que eu já não o tenha em meu corpo.
Olho para o ontem olho para aquilo tudo que foi antes do ontem e alguém me pergunta se foi bom, eu anestesiado de maneira escandalosa de tão anônima, mesmo gostando de cavalos marinhos e tendo interesse profundo por eles não soube parir mais nada além do quase muito que ousei dizer um dia, e a minha mudez parada me renuncia, me denuncia e me anuncia ,era o que eu tinha e só.
A lucidez é um projeto de loucura que não deu certo e disso tudo sobra à pergunta: o que fazer de uma vida toda quando ela vira apenas um retrato empoeirado na gaveta do silencio?
O amor, a vida, o corpo e a morte espraiados no asfalto em pleno meio dia onde o sol é um inferno celebrando a desgraça de uma amizade que não se deu.
Saber-se amado é também uma forma de prisão, ao passo que passar sem ser amado é ser livre de alguma coisa que vem espanta, cega e antes do fim paralisa.
Sempre que se é alguma coisa na mesma hora se é o contrario dessa alguma coisa e ele ‘’segue’’ se tornando vagarosamente tudo que por maldade genuína outrora desprezou.
O sacrifício me interessa tanto que chego a pensar que existe uma riqueza insondável na tolice. Para todo ser humano existe um pote de ouro, fumaça e miséria entende? Melhor não, entender é também uma maneira de desorganizar alguma coisa. O que agora?
Há tempos alguém me disse com a mesma ternura de quem colhe rosas que tudo isso não passa de uma grande bobagem.
Marlon-Príncipe maluco

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Mocinha


Era uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só no mundo. Os olhos lacrimejavam sempre, as mãos repousavam sobre o vestido preto e opaco, velho documento de sua vida. No tecido já endurecido encontravam-se pequenas crostas de pão coladas pela baba que lhe ressurgia agora em lembrança do berço. Lá estava uma nódoa amarelada, de um ovo que comera há duas semanas. E as marcas dos lugares onde dormia. Achava sempre onde dormir, casa de um, casa de outro. Quando lhe perguntavam o nome, dizia com a voz purificada pela fraqueza e por longuíssimos anos de boa educação:
— Mocinha.
As pessoas sorriam. Contente pelo interesse despertado, explicava:
— Nome, nome mesmo, é Margarida.
O corpo era pequeno, escuro, embora ela tivesse sido alta e clara. Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido. Só ela restara com os olhos sujos e expectantes quase cobertos por um tênue veludo branco. Quando lhe davam alguma esmola davam-lhe pouca, pois ela era pequena e realmente não precisava comer muito. Quando lhe davam cama para dormir davam-na estreita e dura porque Margarida fora aos poucos perdendo volume. Ela também não agradecia muito: sorria e balançava a cabeça.
Dormia agora, não se sabia mais por que motivo, no quarto dos fundos de uma casa grande, numa rua larga cheia de árvores, em Botafogo. A família achava graça em Mocinha mas esquecia-se dela a maior parte do tempo. É que também se tratava de uma velha misteriosa. Levantava-se de madrugada, arrumava sua cama de anão e disparava lépida como se a casa estivesse pegando fogo. Ninguém sabia por onde andava. Um dia uma das moças da casa perguntou-lhe o que andava fazendo. Respondeu com um sorriso gentil:
— Passeando.
Acharam graça que uma velha, vivendo de caridade, andasse a passear. Mas era verdade. Mocinha nascera no Maranhão, onde sempre vivera. Viera para o Rio não há muito, com uma senhora muito boa que pretendia interná-la num asilo, mas depois não pudera ser: a senhora viajara para Minas e dera algum dinheiro para Mocinha se arrumar no Rio. E a velha passeava para ficar conhecendo a cidade. Bastava aliás uma pessoa sentar-se num banco de uma praça e já via o Rio de Janeiro.
Sua vida corria assim sem atropelos, quando a família da casa de Botafogo um dia surpreendeu-se de tê-la em casa há tanto tempo, e achou que assim também era demais. De algum modo tinham razão. Todos Iá eram muito ocupados, de vez em quando surgiam casamentos, festas, noivados, visitas. E quando passavam atarefados pela velha, ficavam surpreendidos como se fossem interrompidos, abordados com uma pancadinha no ombro: "olha!". Sobretudo uma das moças da casa sentia um mal-estar irritado, a velha enervava-a sem motivo. Sobretudo o sorriso permanente, embora a moça compreendesse tratar-se de um ricto inofensivo. Talvez por falta de tempo, ninguém falou no assunto. Mas logo que alguém cogitou de mandá-la morar em Petrópolis, na casa da cunhada alemã, houve uma adesão mais animada do que uma velha poderia provocar.
Quando, pois, o filho da casa foi com a namorada e as duas irmãs passar um fim-de-semana em Petrópolis, levou a velha no carro.
Por que Mocinha não dormiu na noite anterior? À idéia de uma viagem, no corpo endurecido o coração se desenferrujava todo seco e descompassado, como se ela tivesse engolido uma pílula grande sem água. Em certos momentos nem podia respirar. Passou a noite falando, às vezes alto. A excitação do passeio prometido e a mudança de vida, de repente aclaravam-lhe algumas idéias. Lembrou-se de coisas que dias antes juraria nunca terem existido. A começar pelo filho atropelado, morto debaixo de um bonde no Maranhão — se ele tivesse vivido no tráfego do Rio de Janeiro, aí mesmo é que morria atropelado. Lembrou-se dos cabelos do filho, das roupas dele. Lembrou-se da xícara que Maria Rosa quebrara e de como ela gritara com Maria Rosa. Se soubesse que a filha morreria de parto, é claro que não precisaria gritar. E lembrou-se do marido. Só relembrava o marido em mangas de camisa. Mas não era possível, estava certa de que ele ia à repartição com o uniforme de contínuo, ia a festas de paletó, sem falar que não poderia ter ido ao enterro do filho e da filha em mangas de camisa. A procura do paletó do marido ainda mais cansou a velha que se virava com leveza na cama. De repente descobriu que a cama era dura.
— Que cama dura, disse bem alto no meio da noite.
É que se sensibilizara toda. Partes do corpo de que não tinha consciência há longo tempo reclamavam agora a sua atenção. E de súbito — mas que fome furiosa! Alucinada, levantou-se, desamarrou a pequena trouxa, tirou um pedaço de pão com manteiga ressecada que guardava secretamente há dois dias. Comeu o pão como um rato, arranhando até o sangue os lugares da boca onde só havia gengiva. E com a comida, cada vez mais se reanimava. Conseguiu, embora fugazmente, ter a visão do marido se despedindo para ir ao trabalho. Só depois que a lembrança se desvaneceu, viu que esquecera de observar se ele estava ou não em mangas de camisa. Deitou-se de novo, coçando-se toda ardente. Passou o resto da noite nesse jogo de ver por um instante e depois não conseguir ver mais. De madrugada adormeceu.
E pela primeira vez foi preciso acordá-la. Ainda no escuro, a moça veio chamá-la, de lenço amarrado na cabeça e já de maleta na mão. Inesperadamente Mocinha pediu uns instantes para pentear os cabelos. As mãos trêmulas seguravam o pente quebrado. Ela se penteava, ela se penteava. Nunca fora mulher de ir passear sem antes pentear bem os cabelos.
Quando enfim se aproximou do automóvel, o rapaz e as moças se surpreenderam com seu ar alegre e com os passos rápidos. "Tem mais saúde do que eu!", brincou o rapaz. À moça da casa ocorreu: "E eu que até tinha pena dela".
Mocinha sentou-se junto da janela do carro, um pouco apertada pelas duas irmãs acomodadas no mesmo banco. Nada dizia, sorria. Mas quando o automóvel deu a primeira arrancada, jogando-a para trás, sentiu dor no peito. Não era só por alegria, era um dilaceramento. O rapaz virou-se para trás:
— Não vá enjoar, vovó!
As moças riram, principalmente a que se sentara na frente, a que de vez em quando encostava a cabeça no ombro do rapaz. Por cortesia, a velha quis responder, mas não pôde. Quis sorrir, não conseguiu. Olhou para todos, com olhos lacrimejantes, o que os outros já sabiam que não significava chorar. Qualquer coisa em seu rosto amorteceu um pouco a alegria da moça da casa e deu-lhe um ar obstinado.
A viagem foi muito bonita.
As moças estavam contentes, Mocinha agora já recomeçara a sorrir. E, embora o coração batesse muito, tudo estava melhor. Passaram por um cemitério, passaram por um armazém, árvore, duas mulheres, um soldado, gato! letras — tudo engolido pela velocidade.
Quando Mocinha acordou não sabia mais aonde estava. A estrada já havia amanhecido totalmente: era estreita e perigosa. A boca da velha ardia, os pés e as mãos distanciavam-se gelados do resto do corpo. As moças falavam, a da frente apoiara a cabeça no ombro do rapaz. Os embrulhos despencavam a todo instante.
Então a cabeça de Mocinha começou a trabalhar. O marido apareceu-lhe de paletó — achei, achei! o paletó estava pendurado o tempo todo no cabide. Lembrou-se do nome da amiga de
Maria Rosa, daquela que morava defronte: Elvira, e a mãe de Elvira até era aleijada. As lembranças quase lhe arrancavam uma exclamação. Então ela movia os lábios devagar e dizia baixo algumas palavras.
As moças falavam:
— Ah, obrigada, um presente desses eu rejeito!
Foi quando Mocinha começou finalmente a não entender. Que fazia ela no carro? como conhecera seu marido e aonde? como é que a mãe de Maria Rosa e Rafael, a própria mãe deles, estava no automóvel com aquela gente? Logo depois acostumou-se de novo.
O rapaz disse para as irmãs:
— Acho melhor não pararmos defronte, para evitar histórias. Ela salta do carro, a gente ensina aonde é, ela vai sozinha e dá o recado de que é para ficar.
Uma das moças da casa perturbou-se: receava que o irmão, com uma incompreensão típica de homem, falasse demais diante da namorada. Eles não visitavam mais o irmão de Petrópolis, e muito menos a cunhada.
— É sim, interrompeu-o a tempo antes que ele falasse demais. Olha, Mocinha, você entra por aquele beco e não há como errar: na casa de tijolo vermelho, você pergunta por Arnaldo, meu irmão, ouviu? Arnaldo. Diz que lá em casa você não podia mais ficar, diz que na casa de Arnaldo tem lugar e que você até pode vigiar um pouco o garoto, viu...
Mocinha desceu do automóvel, e durante um tempo ainda ficou de pé mas pairando entontecida sobre rodas. O vento fresco soprava-lhe a saia comprida por entre as pernas.
Arnaldo não estava. Mocinha entrou na saleta onde a dona da casa, com um pano contra pó amarrado na cabeça, tomava café. Um menino louro — decerto aquele que Mocinha deveria vigiar— estava sentado diante de um prato de tomates e cebolas e comia sonolento, enquanto as pernas brancas e sardentas balançavam-se sob a mesa. A alemã encheu-lhe o prato de mingau de aveia, empurrou-lhe na mesa pão torrado com manteiga. As moscas zuniam. Mocinha estava fraca. Se bebesse um pouco de café quente talvez passasse o frio no corpo.
A mulher alemã examinava-a de vez em quando em silêncio: não acreditara na história da recomendação da cunhada, embora "de Iá" tudo fosse de se esperar. Mas talvez a velha tivesse ouvido de alguém o endereço, até num bonde, por acaso, isso às vezes acontecia, bastava abrir um jornal e ver que acontecia. É que aquela história não estava nada bem contada, e a velha tinha um ar sabido, nem sequer escondia o sorriso. O melhor seria não deixá-la sozinha na saleta, com o armário cheio de louça nova.
— Preciso antes tomar café, disse-lhe. Depois que meu marido chegar, veremos o que se pode fazer.
Mocinha não entendeu muito bem, pois ela falava como gringa. Mas entendeu que era para continuar sentada. O cheiro de café dava-lhe vontade, e uma vertigem que escurecia a sala toda. Os lábios ardiam secos e o coração batia todo independente. Café, café, olhava ela sorrindo e lacrimejando. A seus pés o cachorro mordia a própria pata, rosnando. A empregada, também meio gringa, alta, de pescoço muito fino e seios grandes, a empregada trouxe um prato de queijo branco e mole. Sem uma palavra, a mãe esmagou bastante queijo no pão torrado e empurrou-o para o lado do filho. O menino comeu tudo e, com a barriga grande, agarrou um palito e levantou-se:
Mãe, cem cruzeiros.
Não. Para quê?
Chocolate.
Não. Amanhã é que é domingo.
Uma pequena luz iluminou Mocinha: domingo? que fazia naquela casa em vésperas de domingo? Nunca saberia dizer. Mas bem que gostaria de tomar conta daquele menino. Sempre gostara de criança loura: todo menino louro se parecia com o Menino Jesus. O que fazia naquela casa? Mandavam-na à toa de um lado para outro, mas ela contaria tudo, iam ver. Sorriu encabulada: não contaria era nada, pois o que queria mesmo era café.
A dona da casa gritou para dentro, e a empregada indiferente trouxe um prato fundo, cheio de papa escura. Gringos comiam muito de manhã, isso Mocinha vira mesmo no Maranhão. A dona da casa, com seu ar sem brincadeiras porque gringo em Petrópolis era tão sério como no Maranhão, a dona da casa tirou uma colherada de queijo branco, triturou-o com o garfo e misturou-o à papa. Para dizer verdade, porcaria mesmo de gringo. Pôs-se então a comer, absorta, com o mesmo ar de fastio que os gringos do Maranhão têm. Mocinha olhava. O cachorro rosnava às pulgas.
Afinal Arnaldo apareceu em pleno sol, a cristaleira brilhando. Ele não era louro. Falou em voz baixa com a mulher, e depois de demorada confabulação, informou firme e curioso para Mocinha:
— Não pode ser não, aqui não tem lugar não.
E como a velha não protestasse e continuasse a sorrir, ele falou mais alto:
— Não tem lugar não, ouviu?
Mas Mocinha continuava sentada. Arnaldo ensaiou um gesto. Olhou para as duas mulheres na sala e vagamente sentiu o cômico do contraste. A esposa esticada e vermelha. E mais adiante a velha murcha e escura, com uma sucessão de peles secas penduradas nos ombros. Diante do sorriso malicioso da velha, ele se impacientou:
— E agora estou muito ocupado! Eu lhe dou dinheiro e você toma o trem para o Rio, ouviu? volta para a casa de minha mãe, chega lá e diz: casa de Arnaldo não é asilo, viu? aqui não tem lugar. Diz assim: casa de Arnaldo não é asilo não, viu!
Mocinha pegou no dinheiro e dirigiu-se à porta. Quando Arnaldo já ia se sentar para comer, Mocinha reapareceu:
— Obrigada, Deus lhe ajude.
Na rua, de novo pensou em Maria Rosa, Rafael, o marido. Não sentia a menor saudade. Mas lembrava-se. Dirigiu-se para a estrada, afastando-se cada vez mais da estação. Sorriu como se pregasse uma peça a alguém: em vez de voltar logo, ia antes passear um pouco. Um homem passou. Então uma coisa muito curiosa, e sem nenhum interesse, foi iluminada: quando ela era ainda uma mulher, os homens. Não conseguia ter uma imagem precisa das figuras dos homens, mas viu a si própria com blusas claras e cabelos compridos. A sede voltou-lhe, queimando a garganta. O sol ardia, faiscava em cada seixo branco. A estrada de Petrópolis é muito bonita.
No chafariz de pedra negra e molhada, em plena estrada, uma preta descalça enchia uma lata de água.
Mocinha ficou parada, espreitando. Viu depois a preta reunir as mãos em concha e beber.
Quando a estrada ficou de novo vazia, Mocinha adiantou-se como se saísse de um esconderijo e aproximou-se sorrateira do chafariz. Os fios de água escorreram geladíssimos por dentro das mangas até os cotovelos, pequenas gotas brilharam suspensas nos cabelos.
Saciada, espantada, continuou a passear com os olhos mais abertos, em atenção às voltas violentas que a água pesada dava no estômago, acordando pequenos reflexos pelo resto do corpo como luzes.
A estrada subia muito. A estrada era mais bonita que o Rio de Janeiro, e subia muito. Mocinha sentou-se numa pedra que havia junto de uma árvore, para poder apreciar. O céu estava altíssimo, sem nenhuma nuvem. E tinha muito passarinho que voava do abismo para a estrada. A estrada branca de sol se estendia sobre um abismo verde. Então, como estava cansada, a velha encostou a cabeça no tronco da árvore e morreu.
Clarice Lispector

Clarice


Se me perguntassem sobre Ofélia e seus pais, teria respondido com o decorro da honestidade: mal os conheci.Diante do mesmo juri ao qual responderia: mal me conheço e para cada cara de jurado diria o mesmo límpido olhar de quem se hipnotizou para obediência : mal vos conheço.Mas logo acordo do longo sono e volto-me com docilidade para o delicado abismo da desordem.
Clarice Lispector.

Clarice


Somente depois de muito tempo eu fui entender que estar também é dar.
Clarice Lispector

Clarice


Quando estranho uma pintura ai que é pintura.Quando estranho uma palavra ai é que ela alcança sentido.Quando estranho a vida é ai que começa a vida.Fico triste somente para descansar . Chego a chorar manso de tristeza.Depois levanto novamente e recomeço.Não vou falar mais nada para não virar prostituição .
Clarice Lispector

Escrevo


Não escrevo para te agradar, escrevo para te contaminar.
Marlon-Príncipe maluco

Lispector


Para cada um de nós em algum momento perdido na vida anuncia-se uma missão a cumprir.Recuso-me porém a qualquer missão . Não cumpro nada. Apenas vivo.
Clarice Lispector

Clarice


E eis que sinto que em breve nos separaremos . Minha verdade espantada é que sempre estive só de ti e não sabia.Agora sei:sou só.Eu e minha liberdade que não sei usar.Grande responsabilidade da solidão.Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama.Quanto a mim, assumo a minha solidão. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que pode se tornar dor. E a dor silêncio.Guardo seu nome em segredos. Preciso de segredos para viver.
Clarice Lispector

Lispector


O que estraga a felicidade é o medo.
Clarice Lispector

Clarice


Fiquei de repente tão aflita, que sou capaz de te dizer agora fim e acabar o que te escrevo, é mais na base de palavras cegas. Mesmo para os descrentes há um instante de desespero que é divino:a ausência de um Deus é um ato de religião. Nesse mesmo instante estou pedindo a Deus que me ajude. Estou precisando. Preciso mais do que a força humana. Sou forte e destrutiva. O Deus tem que vir a mim, já que não vou até ele.Que o Deus venha por favor , mesmo que eu não mereça.Venha. Talvez os que menos merecem mais precisem.Sou inquieta, áspera e desesperançada .Amor eu tenho,mas não sei usar.
Clarice Lispector

Clarice


Voltei. Estou pensando em tartarugas. Uma vez eu disse por pura intuição que tartaruga era um animal dinossáurico. Tenha cada uma.Um dia vou pintar tartarugas.Elas me interessam muito.
Todos os seres vivos, que não o homem,são um escândalo de maravilhamento.
Clarice Lispector

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Religião


Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião.
Abraham Lincoln

Concordo


Estamos estranhos. Cada vez mais. Imersos na dinâmica de inúmeras derivações prefixais, seguimos indispostos à consciência. Desvivendo, desumanos, desregrados, despreparados, desleais.
Des à frente de valores fundamentais, des à frente de verbos essenciais à maturidade humana.
Enquanto o outro nos fala, digitamos um texto a alguém que está distante. E ainda oferecemos consolo ao que está diante de nós. "Pode falar que eu estou te ouvindo". Não, não estamos ouvindo. Estamos no protagonismo do embuste que nos desensina as regras do encontro.
Estamos desertados, devassados. Assustadoramente devassados. Perdemos a medida do que deveria pertencer somente a nós e do que deveria pertencer somente ao outro. Registramos. A tudo registramos. Alucinadamente registramos. Como se pessoas fossem monumentos públicos, como se todos estivessem dispostos a viver os excessos de nossa publicidade, como se todos estivessem sob a proibição da intimidade. Tudo para nossa promoção, manutenção de um mundo paralelo que cumpre a função de nos conceder o privilégio de prevalecer, ainda que por alguns instantes, sobre os outros que buscam o mesmo disparate que nós. As praças virtuais modernas substituíram as praças medievais da inquisição.
Purgamos nossos pecados nos escolhidos ao achincalhamento de cada dia. Um eleito qualquer na fogueira virtual, pego por alguém qualquer que filmava o particular que não lhe pertencia, e todos ficarão esquecidos temporariamente de suas mazelas. Queimar o outro nos ajuda a dar disfarce aos mesmos crimes que cometemos, mas que não foram deflagrados.
Estamos desmedidos. Na ânsia de sermos notados, inventamos motivos, fingimos alegrias, expomos os incapazes, criamos intrigas. Tudo porque não suportamos o vazio causado por nossos des. Tudo porque estamos fartos e cansados da superficialidade que condena nossa rotina.
Estamos desprovidos. De consistência, bom senso, delicadeza, educação.
Que o tédio nos chegue a galope. Que a saturação nos venha antes que o absurdo se torne natural. A desconstrução é doída, mas necessária. Colocar o des à frente de conjugações que favoreçam a nossa humanização.
Desmentir, desestruturar, desobedecer a tudo o que nos idiotiza e nos despersonifica. Que a redenção nos chegue pelos braços da reflexão. Somente quando pensamos a vida que vivemos é que podemos interferir no como vivemos.
Padre Fábio de Melo.

Vitamina D


A falta de vitamina D no nosso organismo, causa dores nas pernas, perda dos dentes, e uma depressão que não se consegue resolver com medicações psíquiatricas .
Conseguimos repor essa vitamina naturalmente através de exposição ao sol, ingerindo , peixes ou laranjas, e com atividades fisicas regulares.
Se houver aqui algum nutrólogo ou nutricionista que quiser nos orientar melhor sobre isso agradeço.
Marlon-Príncipe maluco

Balada



Chegamos à balada na frente à mentira inteligível, por trás a verdade incompreensível. E somos alguém, alguma coisa, mas ninguém pode saber que usamos o vaso sanitário, que somos vitimas da solidão, que choramos, temos medo, fome de amor e goiabada . Se souberem que somos humanos deixamos de ser alguém e passamos a ser ninguém.
O rosto é de barro as mãos são frias, e o que era para ser acessório de frente passa a ser acessório de trás, é um inferno coletivo, mas todo mundo esta feliz. O doce do erotismo condenado ao silêncio, um triunfo do desespero sobre a inteligência. Estamos aqui vivos e sorridentes, mas isso já não tem se quer um significado.
Essa reflexão desordenada é um elemento fundamental para completar esse edifício critico do pensamento, contribuindo para erigir um pensamento inconformista diante de um mundo que instrumentaliza o humano.
O discurso fatalista de que as coisas são assim, caracteriza o triste cenário do mundo capitalista. O conhecimento e a tecnologia dele derivada são formas de conhecimento ditas racionais,mas a racionalidade de fato se torna vitima da ciência da renuncia.
Em outras palavras é como se a indústria cultural pudesse doar a felicidade através do consumo. O consumo é a grande fantasia de felicidade, reforçando a identidade das pessoas, satisfazendo e valorizando egos.Diante de uma sociedade fraca, doente e mentirosa o consumo de coisas e pessoas aparece como analgésico contra as dores promovidas pelo processo de desumanização.
MARLON DE ALBUQUERQUE-Príncipe maluco

Venha cheio de luz e amor 2017


2016 um ano marcado por chegadas e partidas, morei no ventre das ausências inúmeras vezes, foi o ano onde a vida se revelou em formado de descontinuidades. . .
Restou muito pouco, eu, minhas circunstancias, e um coração desejoso de leveza.
Que tenhamos garra e força para acomodar dentro de nós de forma harmoniosa todas as despedidas.
Seguirei na busca de um sentido ainda que particular e secreto para todo silêncio que ficou. Seguirei, seguirei, seguirei . . .
Desejo a todos os meus amigos, leitores e seguidores um novo ano iluminado como o sol e leve como uma brisa.
MARLON-Príncipe maluco

Heroi


O vendedor ambulante Luis Carlos Ruas, de 53 anos, foi espancado até a morte na estação do metrô de São Paulo (SP) na noite deste domingo (25). Segundo testemunhas, ele começou a ser espancado por dois homens por ter defendido de agressões uma jovem transsexual.
No lugar dele o que você faria?
Marlon

...


Esse ano tive um pequeno desentendimento com algumas pessoas que inclusive me excluíram de suas redes sociais, sem me permitir nem a oportunidade de agradecer.
As três pessoas citadas me chamaram de depressivo e frustrado, tudo começou porque posto diariamente fotos de homoafetivos que são assassinados por homofobia.
Faço isso com o intuito de protestar e informar ! Como escritor vou cumprir até minha morte o meu papel de promover um novo debate social em torno de tudo aquilo que a sociedade hipócrita insiste em jogar para baixo do tapete.
Frustrado eu não sou, eu quis fazer uma faculdade e após muita luta realizei meu sonho e já estou no segundo curso superior, quis morar sozinho e acabei conseguindo e moro muito bem graças a Deus, quis publicar um livro e depois de muitas portas fechadas uma se abriu e hoje O GOSTO DO SEXO SEM ROSTO é um sucesso e vivo dos direitos autorais do meu próprio trabalho. ( PAGO AS MINHAS CONTAS EXERCENDO A PROFISSÃO MAIS DISPUTADA DO MUNDO) Em 2017 comercializo meu segundo livro( sobre pais e filhos). Não devo um centavo para ninguém.
Para quem sempre estudou em escola publica e nasceu em família humilde acho que já conquistei muitas coisas. Se for da vontade de Deus pouco a pouco conquistarei outras.
Sobre eu ser depressivo, talvez eu seja mesmo, mas não me envergonho e não abro mão ser quem sou e perceber a vida da forma que percebo. Vivo em um mundo paralelo sabe porque? É segredo!
Não ostento minhas inúmeras conquistas porque acho babaca isso e me recurso a Fazer parte dessa cultura diabólica da ‘’felicidade’’. Para falar a verdade as pessoas mais felizes que conheci em minha vida são também as mais chatas.
O que muda na minha vida o que você pensa e diz a meu respeito? NADA.
Não me convide a ser igual, viver me afeta e muito, eu quis e quero viver eternamente fora da roda. É impossível levar qualquer tipo de vida e continuar sendo a mesma pessoa.
Para aqueles que me seguem e gostam do que escrevo, em livros colunas, e redes sociais aceite os agradecimentos mais puro e verdadeiro que meu coração é capaz.
Para aqueles que vieram parar aqui nem sei como e só se manifesta para criticar e criar contenta fique a vontade para se retirar.Ou foda-se!
Sou feito de virtudes, limites, indigências, goiabada, misérias, carne, osso, e AMOR!
Muito obrigado pela atenção!
Beijos!
MARLON-Príncipe maluco

A PEDRA



O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como arma.
O empreendedor a usou para construção.
O camponês dela fez um assento.
Michelangelo dela fez uma escultura.
Davi com ela matou o gigante.
Jesus mandou removê-la para ressuscitar Lázaro.
Observe que a diferença não está na pedra, mas na atitude das pessoas!
Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.
Que Deus lhe dê sabedoria, para saber o que fazer com cada pedra que você encontrar tornando-as alicerce em sua vida.
Vamos terminar o ano de 2016 sabendo o que fazer com as próximas pedras! Boas festas. Marlon

Devo continuar?


Sim,sim,sim, eu presto atenção no mundo. Descubro diariamente coisas lindas, mas também coisas aterrorizantes.
Devo continuar?
Marlon-Príncipe maluco

Silada


''Sinto profunda compaixão e amor pelos nossos irmãos homossexuais, por não aceitarem renunciar a prática , eles pagarão caro com o próprio sangue.''
Sillas Mallafaia( Tuitter 26-12-2016)
– Como podem homens sem Deus serem bons?
– Como podem homens com Deus serem tão maus?
José Saramago.

Porque?



Tereza, Waldeluce, Marcela, Andressa, Simone, Clara, Maria, Sandrinha, Cristina, Isabel, Edineia,Josefina,Cintia, Anita, Rosa,Laura, Beth, Vilma,Beatriz. Eu realmente não tenho como saber o nome dessa idosa que todas as tardes se aloja no mesmo lugar em meu bairro(SP) com um monte de sacos de lixos pobres. Eles cheiram mal, ela mais ainda. Não sei de onde ela vem e nem para onde vai depois de sua sempre tão doída aparição.Ela nasce todas as tardes do mistério.
Agora a pouco tomei coragem e falei com ela.
-Bom dia!
-Como vai à senhora? Perguntei.
-Ela deu uma gargalhada e nada respondeu.
-Quer uma refeição? Perguntei.
-Ela disse: estou cheia em mim não cabe mais nada.
-Posso te fazer uma pergunta?
-Ela balançou a cabeça confirmando que sim.
-Porque carrega consigo tantas coisas?
- Porque nasci para ter muitas coisas.
-Foi seu sonho ter tantas coisas?
-Nunca foi um sonho, é uma missão.
-Entendo, respondi (sem entender nada).
Lembre de quando eu tinha 14 anos e na Praça Rui Barbosa (BAHIA) eu estava com meu amigo Marquinhos Lopes e passou um morador de rua levando nas costas muitos sacos de lixos, eu perguntei para meu amigo porque aquele homem carregava tanto lixo, sendo que sem os lixos sua caminhada seria mais leve.
Marquinhos respondeu: ninguém consegue viver sem a sensação de possuir alguma coisa.
-Posso tirar uma foto sua? Perguntei.
-Não, ela respondeu com raiva.
-Dei adeus e fui embora, andei um pouco e logo ela me gritou: Moço. . .
Retornei e ela disse que eu poderia tira um retrato dela, mas somente se eu prometesse algo.
-O que quer que eu prometa?
-Que nunca me mande o retrato depois de revelado, porque eu já tenho coisas demais.
-Promessa cumprida.
Tirei essa foto e fui embora para meu castelo com de rosa cheio de falsas luminosidades.
Eu queria conhecer sua história, suas verdades suas mentiras, suas insanidades, se teve dores de parto, se foi puta, se foi mulher, se foi feliz,do que que ela brincava quando criança,se aquela boca sem dentes já foi um dia beijada com tesão de fuder. Mas não foi possível. Pouco a pouco percebi que o melhor que eu poderia fazer aquela pobre senhora era respeitar sua indigência, sua maneira de ser escolhida ou não. Como bem diz meu amigo Diego Pinheiro: o que esclarece os fatos não são as respostas, e sim a capacidade de reflexão.
Conviver de forma harmoniosa com perguntas que não tem respostas é o meu maior desafio hoje.
Penso que não deixei nada dentro dela, nem minha riqueza pequena e nem minha pobreza tamanha.
Muitos de nós somos essa senhora, porque somos inundados de ausências, sentimentos que velamos todos os dias nas salas de nossas casas por medo de sepultá-los, afetos estragados e entulhos emocionais, isso nos impede de seguir com leveza. Pobreza, riqueza, lixos, cicatrizes tudo isso costurado naquele tecido humano que nem sei o nome, costurados em minha carne, talvez na sua.
O que pensa sobre tudo isso?
Ela vive em um mundo paralelo, ou eu vivo? Ou você?
Eu não sei mais o que escrever, vou consertar a minha asa quebrada e descansar.
Marlon-Príncipe maluco

Cicatrizes


De todas as cicatrizes que possuo você é a que mais gosto de ter.
Marlon-Príncipe maluco

Feliz natal


"Família é prato difícil de preparar.
São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema...
Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir...
Família é prato que emociona.
E a gente chora mesmo.
De alegria, de raiva ou de tristeza.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem!
Tudo ilusão!
Família é afinidade, é à Moda da Casa.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces.
Outras, meio amargas.
Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.
Muita coisa se perde na lembrança.
Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete!
Família:
Feliz quem tem e sabe curtir, aproveitar e valorizar..."
Família é projeto de Deus... 🙏
Então...
Amem-se, Perdoem -se, Aceitem-se, Tolerem-se e vivam como se hoje fosse o último dia que vocês vão estar com a sua família... Deus os abençoe !!!
FELIZ NATAL !!!