Surpresa

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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Sol de primavera


Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender

Beto Guedes

terça-feira, 20 de agosto de 2019

sábado, 17 de agosto de 2019

Agosto


As entradas do meu rosto
E os meus cabelos brancos
Aparecem a cada ano
No final de um mês de Agosto
Há vinte anos você nasceu
Ainda guardo um retrato antigo
Mas agora que você cresceu
Não se parece nada comigo
Esse seu ar de tristeza
Alimenta a minha dor
Tua pose de princesa
De onde você tirou
Amanhã! Amanhã
Amanhã! Amanhã
Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o teu beijo
Outra vez
Amanhã! Amanhã
Amanhã! Amanhã
Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o teu beijo
Outra vez
Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez
Amanhã, outra vez
Amanhã, outra vez
Amanhã
Fonte: Musixmatch
Compositores: Paula Toller Amora / George Israel

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

INVEJA INOCENTE



Pedido de perdão, sem mudança não é resignação, é pura manipulação.
Estou tão atrasado que não me sobra tempo nem, para explicar o por quê.
Estatuas, derrotas, folhas no chão, drogas, baladas e outros demônios são todas ilusões, para nos jogar no chão.
Mergulhado em pura inveja inocente, eu queria mesmo era está entre eles, dançar a dança deles, sorrir, o riso deles, chorar junto com eles e morrer junto deles.
De vez que quando sinto vontade de voltar para o útero, dormir e acordar protegido dos vendavais e da minha imensurável vulnerabilidade humana.
Hoje por acaso o dia não foi ruim, confesso que até chorei, mas não foi por dor, foi por puro habito.
O mundo não é ruim, é que de repente sinto não caber nele.
Diante do espelho, troquei varias vezes de roupa para tentar me encontrar dentro de mim, mas fui mais uma vez apunhalado pela nítida sensação de ser a estatua de um palhaço de luz pisada, esmagada e roubada.
Meu coração mora na varanda dos casarões abandonados. Lá estavam eu, as estrelas, pássaros de todas as cores e um punhal.
Aos onze anos eu julgava que somente o amor tanto aquele nunca recebido, como aquele que jamais fora dado, eram as únicas coisas que poderia salvar ¬–me das trevas. Hoje aos setenta, tenho certeza.
Para um homem com cara de pobre e coração de príncipe, em toda uma vida a única porta que se abre em caráter de salvação é a poesia.
É triste sentir a falta de alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar, morrer e nem viver sem ela. . .
Não acredito no amor dela, mesmo assim o quero, como uma criança pobre que espera o natal para ganhar um brinquedo qualquer. Minha boca infantilizada, e minha alma raquítica, querem se salvar, mas o caminho está fechado.
Deram-me doses envenenadas de paz, e eu que sempre fui uma criança tão sedenta de calmaria, fui me deixando levar, sedento de quietude e amor, fui com ela até as margens da vida dela.
Eu disse: amo-te e paguei o aluguel, ela se derreteu de alegria imoral.
Não posso contar o resto da história, sinto medo de minha nudez envenenada.
Príncipe Marlon