Surpresa

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Feliz 2013!


Feliz ano novo a todos! agradeço muito pela confiança, carinho e atenção com meu trabalho!

sábado, 13 de outubro de 2012

É agora?


Renato Russo dizia: Depois do começo tudo que vier vai começar a ser o fim, ele se referia ao amor. Cazuza em outro momento disse: O amor na pratica é sempre ao contrario. Eu me pergunto eles têm razão? Ou é possível ainda amar se esta em sintonia com os espinhos do abandono, a palavra fim é ruim, eu não gosto dela porque provoca desorganização. Clarice Lispector no livro A paixão segundo G.H pergunta: Será mesmo amor entregar a minha solidão aos cuidados do outro? Mas adiante G.H afirma: ‘’Me sinto totalmente desorganizada porque perdi tudo aquilo que eu não precisava mais. ’’ Bons amigos seguem estas reflexões nesta tarde morna de afetos, porque mesmo quando estamos na lama é possível olhar para as estrelas. Pouco a pouco estou descobrindo que transformar o amor que já não se tem em poesia não resolve muito as coisas e agora? Marlon de Albuquerque.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Á ditadura gay.


Para ser gay moderno e antenado se faz necessário ser baladeiro, sarado, gostoso, bem dotado, bom de cama, usar griffes ( M.Officer, Colcci, Ck ), beber Chandon, não ter apenas um carro, mas “aquele” carro, cartão de credito nem que seja aquele de limite baixo ( ninguém precisa saber ), o importante não é ser mas parecer ser, não é ter mas parecer ter. Certos clichês do mundo gay se tornaram algo cansativo quando começamos a cruzar o cabo da boa esperança, ou seja, chegamos aos quarenta anos, com zilhoes de experiências no currículo, algumas frustrações e outras satisfações, por ai. E ninguém venha me dizer que nunca teve um daqueles dias em que desejou se jogar no terceiro degrau da escada embaixo, quem disser isso bom “moderno” não é, há dias e dias, creio já ter passado por todos. Já peguei, fiquei, namorei, casei, morei junto, esqueci o nome no dia seguinte, separei, enfim acho que já vivi todas essas experiências que são absolutamente normais na vida de qualquer pessoa e ainda sim continuo querendo ficar, namorar, casar e tb separar pq afinal de contas não sou perfeito nem o outro jamais será. Perfeição só no dicionário. Relações não são feitas por um, mas por dois ( em geral ). Namorei homens maduros, gordos, magros e sarados, garotos lindos e outros nem tanto, mas que me ofereciam o que desejava naquele momento, sexo, companhia ou ate mesmo um bom papo inteligente, e vamos falar serio, inteligência é afrodisíaca. Já namorei garoto “facílimo” com cara de moco de família já casei apaixonadamente com homens realmente de família, pessoas anônimas e ate notórios badalados, já rolou de tudo nesta vida e porque não rolaria se estou nela para o que der e vier? Sem preconceito algum ou medo pra que, nunca tive e espero nunca saber o que é isso. Mas tenho pensado muito ultimamente na tal ditadura gay, conversando com amigos, das mais variadas idades e meu leque é variado, amizades de todas as graças e praças, afinal limitar para que … olha a ditadura. Nesses papos o que mais percebo são as queixas ou desabafos com relação a falta de compromissos, uma tal ética. Há jovens que saem do armário e confundem atitude com sentimento, e outros tantos que confundem relacionamentos como sopa enlatada que se acha em prateleira de supermercados. O que percebi nessa ditadura gay é justamente aquela que tb mais vejo onde já fui, na San Sebastian, na Off ou o mais emblemático de todos os lugares, a The Week seja Rio e Sp, ou seja, as questões são as mesmas, o tipo de gay aceitável e sem defeitos, com jeito de bom de cama mas tb tem de ter aquela cara de bom namorado, inteligente, passional sem ser ciumento, atencioso sem ser grudento, graduado, pos doutorado e atualizado, bem vestido e com bom pedigree para ser bem apresentado a família e principalmente exibido aos “amigos”, uma forma de manter o status, enfim, é uma gama de características que são observadas, analisadas, pensadas, postas contra a luz, feito o raio x e comentadas com o amigo ao lado antes de tomar a ação. Há aqueles outros que na falta dos predicados já citados tiram a camisa na festa pq fica mais fácil atrair o parceiro como naquelas danças onde o urubu abre as asas para chamar o parceiro, a danca e asa melhor fatura, vale tudo. Será mesmo necessário tudo isso só por uma foda casual ou uma idéia de namoro eterno? … sim pq há quem pense que namoros eternos começam assim, nada pode ser descartado nesse meio, mas será mesmo que este seria o melhor lugar para achar o “amor da sua vida”, nem sei, eu hj tenho contado nos dedos das varias mãos, minhas de dos amigos, que apesar dessa intensa vida social estão todos cada vez mais sozinhos, cada vez mais queixosos com relação a dança dos travesseiros, homens, garotos ou não, q dizem desejar uma relação eterna mas não resistem a primeira crise, afinal a oferta no mercado é tamanha que ao sinal do menor problema pulam fora e pegam o próximo da fila, eita oferta abundante essa … sem falar que de acordo com a hipocrisia social reinante alguns ate envolvem-se em casamentos heterossexuais afim de fugir do rotulo tão emblemático mas no fundo não enganam por muito tempo, e nessa vamos entrando na estatística, parece que todos querem namorar por cinco encarnações, da boca pra fora, talvez lhes falte a real vontade ou a experiência em saber o que é mesmo uma relação. E nesse momento eu e alguns amigos conversando sobre tudo isso percebemos que estamos mudando o rumo das coisas, passando para a próxima fase onde valorizamos outras coisas e talvez ser o que você é sem se preocupar com o que possam pensar seja a melhor saída, viver despreocupadamente jogando os rótulos na lata do lixo, levando a vida como quando se morde uma manga madura, se as experiências nos modificam e ensinam a gente vai mudando, vivendo e aprendendo mais um pouco a cada dia, sem enganar ninguém com promessas e não se deixando ser enganado por outras tantas as coisas acontecem, as pessoas bacanas aparecem na hora que a gente menos espera e onde a gente nem imaginava estar, e se não aparecer pouco importa a vida já esta mostrando outros potenciais. O bom nessa fase é ter aquele olho clinico que só o tempo nos traz e uma personalidade férrea. Levar a vida assim, longe da ditadura existente tem me mostrado surpresas incríveis, e espero aprender mais algumas coisas nessa fase boa que chega. Por Helio Lima Junior Professor, escritor, turismologo, cronista, esteta, critico contundente da vida, graduando em arquitetura, apreciador da vida, filho de ogum, baiano, nordestino

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um poeminha de amor concreto.


da mesma forma que você dá o pão à mesa dá a mão um abraço da mesma forma que você dá um aviso um acorde dá um choque um chute um salto damesma forma que você dá uma carona um passo dá uma força um recado da mesma forma que você dá uma bronca um tapa dá um duro uma gravata damesma forma que você dá a luz uma ideia dá um gole uma festa da mesma forma que você dá uma rosa um beijo dá uma bala uma moeda da mesma forma que você dá boa tarde boa noite boas-vindas dá uma desculpa um tempoda mesma forma que você dá de cara dá de frente dá de ombros de bandinhada mesma forma que você não me dá a mínima não me dá ouvidos não me dábola da mesma forma que você não dá o melhor de si eu dou o cu meu amor edaí [ De MARCELINO FREIRE, extraído do livro Amar É Crime

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Atira-se.


Parece-me que as pessoas estão precisando, mesmo sem o saber, é de oportunidades reais para demonstrarem seus sentimentos mais eloquentes, sem correrem o risco de julgamento. Pensam elas... Por exemplo: a morte de uma “celebridade”, uma tragédia ecológica com mortes, para despertar a comoção e, através desta, a explosão emocional. Todos se sentem incentivados a serem melhores, a ajudar, a estenderem aquela mãozinha, que há tanto tempo estava fechada... Algumas, em murros! Onde quero chegar? Estamos desviando nossa afetividade para tudo que não seja real, que não seja palpável, que não esteja disponível bem aqui, ao nosso lado. Hoje eu escrevi no facebook que há oração demais e ação de menos. Rasgamo-nos por nossos times, por nossos “mentores”, por nossos ídolos, alguns de luminosidade comprovadamente, falsificada... Abreviamos a vida de milhares de flores, para homenagear um cadáver... Mas, não toleramos o vizinho, o irmão, o companheiro, a esposa... Pior de tudo, rejeitamos o filho! Delegamos à terceiros, o que é incontestavelmente, nossa obrigação, sobre qualquer cultura, qualquer ponto de vista, de qualquer parte do mundo. Isto é só um micro resumo de nossas barbaridades afetivas. Por que nossa afeição, tornou-se este grande aleijão? Quem foi que a desfigurou em um indigesto bicho papão? Assim, fica, realmente, muito difícil passarmos perto do verdadeiro significado de estarmos vivos. Garanto-lhes que é um bocadinho a mais que esta meleca... Algo, um bocadinho melhor! Entretanto, só vivenciaremos nossa verdadeira senda, quando nos encararmos no espelho. Sem truques, nem maquiagem. Nem público. Muito menos, a mal amada crítica!!! Cada um com seu reflexo. Partindo do princípio que todos sabemos o que é certo, o que combina com nossa esquecida condição de HUMANOS, será fácil identificar os pontos que teremos que nos trabalhar, para sermos pessoas melhores... Para sermos PESSOAS! Mas, tudo começa com o espelho. Dali, para dentro, como digo sempre, rumo ao centro. CLAUDIO POETA.

domingo, 30 de setembro de 2012

Da fuga.


Perdi-me muitas vezes pelo mar, o ouvido cheio de flores recém cortadas, a língua cheia de amor e de agonia. Muitas vezes perdi-me pelo mar, como me perco no coração de alguns meninos. Não há noite em que, ao dar um beijo, não sinta o sorriso das pessoas sem rosto, nem há ninguém que, ao tocar um recém-nascido, se esqueça das imóveis caveiras de cavalo. Porque as rosas buscam na frente uma dura paisagem de osso e as mãos do homem não têm mais sentido senão imitar as raízes sob a terra. Como me perco no coração de alguns meninos, perdi-me muitas vezes pelo mar. Ignorante da água vou buscando uma morte de luz que me consuma. FEDERICO GARCÍA LORCA

sábado, 29 de setembro de 2012

O amor passou.


Quanto a mim o amor passou... Eu só lhe peço que não faça... Como gente vulgar... E não me volte à cara quando passa por si... Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor... Fiquemos um perante o outro... Como dois conhecidos desde a infância... Que se amaram por quando meninos... Embora na vida adulta sigam outras afeições... Conservam nos caminhos da alma... A memória de seu amor antigo... E inútil... Fernando pessoa.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

São Paulo


São Paulo sufoca, mastiga e cospe no chão as minhas poesias. Elas vão parar nos esgotos dos sanatórios e seguem pelo coração de pedra dos serenos e retornam para a loucura minha de cada dia. Marlon de Albuquerque.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O preconceito e a justiça.

Homoafetividade: um novo substantivo Não adianta procurar no dicionário, não está lá, ainda... Mas é uma expressão que já se incorporou ao idioma, não só ao nosso, mas também ao espanhol e ao inglês, passando-se a falar em “uniones homoafectivas” e “homoaffective unions”. Há palavras que carregam o estigma do preconceito. Assim, o afeto a pessoa do mesmo sexo chamava-se “homossexualismo”. Reconhecida a inconveniência do sufixo “ismo”, que está ligado a doença, passou-se a falar em “homossexualidade”, que sinaliza um determinado jeito de ser. Tal mudança, no entanto, não foi suficiente para pôr fim ao repúdio social ao amor entre iguais. A marca da discriminação resta evidente na omissão da lei em reconhecer direitos aos homossexuais. A negativa do legislador revela nítida postura punitiva, pois condena à invisibilidade os vínculos afetivos envolvendo pessoas da mesma identidade sexual. Ao denunciar esta evidente afronta à dignidade humana e aos princípios constitucionais da liberdade e igualdade, acabei por cunhar o neologismo “homoafetividade”, na obra intitulada “União Homossexual, o Preconceito e a Justiça”, cuja primeira edição é do ano de 2000. Na primeira decisão judicial que reconheceu direitos sucessórios ao parceiro sobrevivente, que data de 14 de março de 2001 (AC 7000138982, Rel. Des. José Carlos Teixeira Georgis), a expressão já foi utilizada, tendo sido referida no último julgamento do STJ, de 7 de março de 2006, em que foram assegurados direitos previdenciários às uniões homoafetivas (REsp 238.715, Relator Min. Humberto Gomes de Barros). Não há como deixar de reconhecer que a expressão “homoafetividade” acabou por ser incorporada ao vocabulário jurídico. Passou-se, agora, a falar em filiação homoafetiva, e até a ser preconizado o surgimento de um novo ramo do Direito: Direito Homoafetivo, estando a surgir muitos escritórios especializados nesta área. Claro que uma palavra não vai acabar com o preconceito ou eliminar a discriminação, mas o importante é o reconhecimento de que as uniões dos homossexuais são vínculos afetivos e, por isso, merecem ser inseridas no Direito das Famílias, cujo âmbito de abrangência é a identificação de um elo de afetividade. Já é um bom começo na busca de uma Justiça mais igual! Maria Berenice Dias