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sábado, 25 de março de 2017

Drama


Sempre que dois ou mais egos se juntam, sucede-se algum tipo de drama. E mesmo que você viva completamente só, continuará a criar o seu próprio drama. Quando você se lamenta, isso é um drama. Quando se sente culpado ou ansioso, isso é drama. Quando deixa que o passado ou o futuro obscureçam o presente, está a criar tempo psicológico - a matéria-prima do drama. Sempre que não honra o momento presente, permitindo que ele seja, está a criar drama.
Há muitas pessoas que se apaixonam pelo drama da sua própria vida. A sua história é a sua identidade. O ego comanda as suas vidas. Investem nele toda a sua sensação de identidade. Até a sua busca - regra geral sem sucesso - de uma resposta, uma solução ou uma cura se torna parte do ego. O que essas pessoas mais temem e ao que mais resistem é ao fim do seu drama. Enquanto forem a suas mentes, o que elas mais temem e ao que mais resistem é ao seu próprio despertar.
Quando você vive na completa aceitação do que é, põe fim a todo o drama na sua vida. Ninguém conseguirá sequer discutir consigo, por mais que tente. Não se pode discutir com uma pessoa plenamente consciente. Uma discussão implica identificação com a mente e com uma posição mental, assim como resistência e reação à posição da outra pessoa. O resultado é que as polaridades opostas fornecem energia uma à outra. São mecanismos da inconsciência. Você continuará a poder expor o seu ponto de vista clara e firmemente, mas por trás dele não haverá nem reação, nem defesa, nem ataque. Por isso não se transformará em drama. Quando você está plenamente consciente, deixa de estar em conflito. "Ninguém que seja uno consigo próprio poderá sequer conceber conflitos", como se afirma em A Course in Miracles. Isto diz respeito não só aos conflitos com os outros, mas sobretudo aos conflitos dentro de si, que cessam quando deixa de haver choque entre as exigências e as expetativas da sua mente e aquilo que é.
Eckhart Tolle

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