OS VENTOS DE NOVEMBRO

 

 

Se não fosse novembro eu nunca teria morrido novamente.

Novembro é antes de Março, esse é o ponto.

Novembro é o aborto do encanto outrora cultivado.

Novembro é o monstro da lagoa.

Novembro é 1,2,3 , quase quatro.

Novembro não poupa nem cavalo marinho.

Morra novembro e leve junto todas as suas marionetes quebradas.

Atenderam meu pedido graças a Deus. No meu túmulo tem inscrito; O MELHOR DA VIDA É GOIABADA.

Eu vivo para evitar novembro, mas viver para evitar novembro é o mesmo que viver em função de novembro, ao passo que novembro é uma prisão.

Novembro é rendição, definição e redenção eu não.

Novembro não é oratório e nem ofertório, novembro é purgatório.

Novembro sempre ativa um mecanismo com fato de outro.

Novembro é o barulho do vento há lavar o tempo.

Novembro são alianças fundamentadas cruelmente em Arranjos.

Todo novembro é um suicídio adiado.

Todos os novembros são oficinas do diabo.

Novembro é a periferia dos infernos.

Novembro é como uma porca correnteza tem vida própria, nem Deus controla.

Dia trinta de novembro, vou fumar cem cigarros de vez, em seguida durmo até Jesus voltar.

Novembro não é mistério, e não é porto, novembro é apenas meu corpo morto.

Sou corajoso, nasci privilegiado portador de um coração valente, mas tenho medo de novembro, até hoje esse era meu maior segredo, agora não é mais, o que não muda em nada meu mais terrível medo.

Não confunda novembro com canção, novembro é MALDIÇÃO.

Novembro é um dragão com sua barulhenta cauda de fumaça.

Novembro é um truque que a morte usa para atravessar gerações.

Novembro é o presságio de um naufrágio.

Novembro, novembro, novembro pare de nos matar.

Todos que nascem em novembro foram gestados no ventre de uma barata morta.

Novembro são armadilhas disfarçadas de igrejas.

Enquanto houver novembros, haverá sempre alguém a chorar na amorosa tentativa de tentar não se matar.

Novembro é um passado arriscado de modo que ninguém da roda o decifra.

Enquanto houver novembros, haverá sempre morte em massa de inúmeros dos nossos iguais.

Novembro é o coringa do capeta.

Novembro me roubou TUDO, sobrou apenas à insônia e um festival de prostituição verbal.

Príncipe Marlon