Merece destaque, portanto, as candidatas às prefeituras de Alagoinhas-BA, Samara Braga, e de Caraguatatuba-SP, Thífany Félix. As únicas que disputam o executivo municipal em todo o país.
Em virtude da burocracia inerente à justiça brasileira, o enfrentamento para a disputa começa logo no momento de registrar as candidaturas. As candidatas ainda trazem na inscrição do TSE seus nomes de registro, embora na urna e nos materiais de campanha sejam utilizados os nomes sociais. Outro problema que comprova o quanto o estado ainda precisa avançar no que se referem aos direitos das pessoas trans é que nas estatísticas de cada partido das eleições deste ano, disponíveis no site do tribunal, as duas candidatas não aparecem na lista de candidatas mulheres a prefeituras, mas na relação das candidaturas masculinas.
Levantamento feito até agora pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que nas eleições deste ano há, em média, 68 candidaturas de pessoas trans, entre travestis e mulheres e homens transexuais, dos mais variados partidos. Para a presidente da entidade, Keila Simpson, essas candidaturas são fundamentais para desmistificar o estigma e o preconceito que essas pessoas sofrem, principalmente as travestis, que muitas vezes deixam de se assumir como tal.
Do PSOL, foram apuradas, até agora, 14 candidaturas, incluindo as duas a prefeitas. Confira, ao final do texto, a lista das candidaturas trans do partido.
Samara Diamond Fonseca Braga, candidata em Alagoinhas, explica que sua militância política começou por conta de sua inquietude diante das injustiças sociais e da necessidade de mudar a realidade do seu município, no interior da Bahia. Ela aponta a discriminação, o preconceito e a falta de oportunidades para a população pobre como marcas ainda muito fortes em Alagoinhas. Lutar contra a LGBTfobia, o racismo, o machismo, as opressões e toda forma de injustiça na cidade é o seu principal objetivo. “Como candidata do PSOL, não tenho nenhuma bandeira específica, em detrimento de outras que são essenciais. Mas tenho muita propriedade e disposição para defender os direitos da comunidade LGBTQI, mulheres, negros e, embora não seja praticante assídua, das religiões de matriz africana”.
Em relação às candidaturas de pessoas trans do PSOL, Samara considera como um importante avanço para a luta contra a discriminação e a invisibilidade. “Fui a primeira pessoa trans a pleitear uma candidatura majoritária no Brasil. Isso foi muito bom, pois trouxe para a sociedade uma ótica acerca das pessoas trans, geralmente invisibilizadas, estigmatizadas, marginalizadas, as quais são tratadas com visões estereotipadas. Foi grande a minha alegria ao ver, pouco tempo depois, a quantidade de pessoas trans que também resolveram entrar nessa luta. No PSOL, além de mim, temos também Tífany Félix, mulher trans, candidata à prefeita de Caraguatatuba, e mais uma boa quantidade de candidaturas para as câmaras municipais. E ainda temos candidates trans em outros partidos, o que mostra um novo cenário na política de nosso país, onde finalmente o segmento ‘T’, resolveu protagonizar a luta dentro da esfera política”, afirma.
Obrigada meu anjo, pelo seu grande apoio!! Estamos na luta por uma sociedade verdadeiramente democrática, igualitária, onde todos possamos ter direito à dignidade e respeito! Chega da crueldade que os vem sendo imposta há séculos! Chegou a hora da mudança, essa vez, para melhor!
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