"Quando contava com sete anos de idade, minha mãe me deu ciência de que era filha de Pelé. Para mim, não fez diferença[...]. O que importava mesmo era saber eu tinha um pai!"
Sandra Regina Machado foi uma política e escritora brasileira, nascida em agosto de 1964, fruto do relacionamento extraconjugal do jogador Pelé com a dona de casa Anísia Machado. Sandra não tinha consciência do que significava ser filha de Pelé. Em seu livro "A Filha que o Rei Não Quis", relata: para ela, o mais mágico de tudo sempre foi ter a certeza de ter um pai.
No entanto, logo no primeiro contato, Sandra foi rejeitada por Pelé, e tentou-se abafar a história para evitar o escândalo. A moça foi criticada por tê-lo procurado e o colocado na justiça após a rejeição, mas isso foi uma recomendação do próprio Pelé: “Se diz que é minha filha, então manda pro pau”. Sandra reviveu toda a angústia da infância e adolescência, da certeza de ter um pai, e da repulsa dele em acolhe-la.
Sandra foi eleita duas vezes como vereadora da cidade de Santos, e na câmara, conseguiu que o exame de DNA fosse gratuito para usuários da rede pública. A lei municipal logo foi estendida nacionalmente. Só em 1996 confirmou-se a legítima paternidade de Pelé, que recorreu treze vezes no processo e nunca se aproximou de Sandra. A justiça negou a ela o pedido de retratação por danos morais causados pela falta de paternidade, de apoio moral, material e psicológico durante a infância.
Lutando com um câncer de mama por mais de um ano, Sandra faleceu em outubro de 2006, por metástase pulmonar. Pelé não compareceu ao enterro em Santos, mesmo estando em São Paulo, e enviou uma coroa de flores. Sandra é um exemplo do abandono paterno, tão comum no Brasil, do qual o "rei" do futebol foi protagonista, e nunca fez absolutamente nada a respeito.
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