Suicídio mesmo, não. O instinto de sobrevivência é mais forte. “Tirar a própria vida vai contra a lei da evolução”, afirma o especialista em comportamento animal César Ades, da Universidade de São Paulo (USP). Mas há casos extremos de sacrifício na natureza. O mais notável é o das aranhas-caranguejo, como são conhecidas as espécies de aracnídeos do gênero diaea, habitantes da África. Ela cria os filhotes e, quando eles crescem, deixa que a devorem em momentos de falta de comida. “Ou seja, as mães deixam que eles as matem para garantir a continuidade da espécie”, conta Ades.
Um bicho que tem fama de suicida é o escorpião. Diz-se que, quando acuado, ele ferroa o próprio corpo, injetando uma dose letal de veneno. A fama é injusta. Na verdade, os escorpiões apenas aproximam o ferrão da cabeça para ameaçar o inimigo. Outro mito é de que o lemingue, um roedor da Noruega, se atira para a morte do alto dos grandes penhascos à beira-mar, os fiordes.“Os lemingues realmente se jogam nas águas geladas, mas isso é parte do esforço de buscar comida no mar quando ela está escassa na região”, explica o biólogo Peter Turchin, especialista em lemingues da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos. Eles pulam por fome e desespero e muitos acabam mesmo morrendo afogados ou esmagados pelo impacto. Mas a intenção é sobreviver.
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