Eu sempre senti um medo pavoroso de alguém me deixar, e por isso mesmo aceitei goles rasos e vencidos do que me diziam ser AMOR, comi na mão de quem nunca segurou firmemente a minha, e me culpei por não ser nada daquilo que exigiam de mim. Sempre temi ser abandonado, e talvez por isso sempre antecipei todas as partidas, sofria duplamente pelo adeus que eu previa e pelo que recebia, por todo esfriamento sofrido primeiro dentro de mim e após isso, experimentado por fora. Levou tempo, e nem me lembro quantas partidas, quantas desculpas, quantas ofertas de “vamos ser amigos agora”. Para eu aceitar ficar sozinho.
Uma vez em uma terça -feira como outra qualquer, alguém me dizia : estou te deixando . Motivo: Não sinto mais tesão por você.
Existe verdades que eu preferia nunca ter ouvido, na verdade essa frase não sinto mais tesão por você foi dita de forma mais grosseira, prefiro não reconstruí-la. Depois de onze meses essa mesma pessoa me encontrou por acaso em uma praia e passou a madrugada inteira implorando que eu disponibilizasse meu corpo para seu bel prazer. Mais por vingança do que por resistência eu disse não todas as vezes. Aquela noite de terça com derramamento de choros e berros,e pedido de perdão por um crime que eu não havia cometido ainda continua viva em minha mente, sempre que me recordo vem junto um desejo de desnascer. Devido a minha assumida inabilidade de lidar com descontinuidades. o outro utilizou a minha pessoa como terreno baldio onde ele se achou no direito de exercitar sua maldade, e '' verdade imunda''com requintes imensuráveis de prazer. As inverdades que me fez engolir a força era apenas uma tentativa covarde de matar o que havia de mais bonito em mim.
Amar algumas pessoas é como escrever poemas em um papel higiênico e depois limpar o cu, com os sentimentos mais lindos.
Consigo viver e conviver com qualquer tipo de gente , menos as cruéis .
Não mudou muita coisa, nascemos com um coração e morremos com o mesmo, mas hoje quando o outro tenta depositar dentro de mim, seus lixos e entulhos afetivos eu prontamente os devolvo.
Não tenho vergonha de ser frágil , tenho orgulho, e não permito jamais que quem quer que seja roube o meu direito de ser frágil .
Cuidado não confunda as coisas, muitas vezes achamos que o outro nos oferece aquilo que merecemos, quando na verdade ele nos oferece apenas o que ele verdadeiramente tem dentro dele , muitas vezes lixos, raras vezes flores.
Marlon De Albuquerque ( Príncipe maluco)
Nenhum comentário:
Postar um comentário