Surpresa

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sábado, 1 de junho de 2019

MARCOS




É por você grande amor da minha vida, que sigo sem a menor condição de ir.
Pés cansados e feridos, eu era ainda um tolo que não enxuga o cabelo depois do banho.
Sentado nas bermas da estrada, no sol de meio dia, sem saber se aquela felicidade que eu buscava em toda sua nudez era aquela chamada felicidade ou a felicidade adivinhada.
Depressão é excesso de passado, mas Guimarães Rosa nos ensina que lembrar-se é uma maneira infalível de para sempre ter.
Minha verdadeira vontade é contar de vez o que me ocorrera antes de todas as acontecências. . .
Eu tenho a ti quando beijo estrelas, gosto delas e depois esqueço. . .
Não foi o pileque, é tão simples te dizer que tudo que um dia havia em mim somente te amava, ‘’sigo’’ sem você, mas nada conta como vida.
Você é meu lugar de viver, sonhar, morrer. . .
Você foi meu melhor presente, mesmo que ausente, e também o meu pior castigo, mesmo que presente!
Estava escrito nas estrelas (gosto desta frase), hoje sobrou somente o fim.
Não sinto vontade de voltar a ser criança, não tenho saudade de nada, nada mesmo. Até as crianças se tornam muitas vezes tristes e diabólicas.
Marcos, um garoto do meu prédio, coleguinha dos meus filhos, apertava todos os botões do elevador, e vivia sua gloria infantilizada.
O Marcos esse garoto que tantas vezes vi dançando e cantando no jardim, hoje se matou se jogando do décimo terceiro andar, com apenas nove anos.
Deixou em cima da cama um bilhete para seus pais.
Foda-se o destino, eu quero você agora, quero sua mão acendendo meu corpo para que eu possa luxuosamente comungar em seu orgasmo, tão divino e tão carnal.
Em mim você cabe toda, na mesma frase, na mesma, cama, no mesmo verso, no mesmo drama.
A morte da esperança que outrora Povoou meu pensamento idiossincrático acontece mil vezes em um dia, eu só penso em você.
Sim, eu sei que ainda temos bolas de gude, mas para minha pior morte o amor não é um jogo de criança.
Era março e sujei minha alma, dessa vez não foi de carvão.
O que fazer quando temos um presente lindo e não há quem o queira recebê-lo.
Antes do primeiro toque eu já te amava, como o menino Marcos eu vou morrer sem você, é simples eu amo você.
Entendam crianças jamais podem ser brinquedos de adultos.
Por todos os insultos de Deus, ele me deve você de volta, esperada, desesperada, cinderela desencantada.
Se eu pudesse escolher algo na hora da estrela, eu escolheria sua mão segurando a minha apenas isso, legitimaria toda uma vida vazia de sentido real.
Quero como querem as crianças sua mão invulgar, em meu suspiro final, caso não possa ficarei por aqui para sempre, me recuso a partir de outra forma.
Antes de se jogar o Marcos escreveu no bilhete: não tenho roupas para hoje.
Nosso encontro banhado de luzes e rosas era minha terra prometida naquela noite chuvosa.
Eu amo você, não tenho outra noticia e sinceramente nem a quero.
Marlon Príncipe

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