A relação entre a transfobia brasileira e as buscas por travestis em sites pornôs pode ser encarada de diversas formas. “O site é uma fonte de informações para o agressor saber mais sobre as vítimas – e também para justificar seu ódio, porque lá ele vê coisas que não aceita”, afirma Carmita Abdo, coordenadora de pesquisas sobre sexualidade do Hospital das Clínicas. Também existe o desejo reprimido. “O agressor pode afirmar que sempre achou aquilo bizarro, mas se vê atraído, então, é capaz de fazer de tudo para sanar esse desconforto – inclusive machucar terceiros”, diz Carmita, que ressalva “É importante não generalizar. Não se pode dizer que todos os agressores estão buscando matar algo dentro de si, mas parte desse grupo pode, sim, ter esta motivação. As causas variam”, afirma.
No Redtube, um vídeo com a tag “travesti”, acumula mais de 450 milhões de visualizações. No Brasil off-line, nos primeiros 50 dias de 2019, ao menos 564 brasileiros foram assassinados por não se identificarem com o gênero que lhes foi designado ao nascerem.
Brasileiros são os que mais buscam imagens de travestis no mundo virtual, ao mesmo tempo são eles os que mais matam travestis no mundo.
Marlon príncipe
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