Esta semana em uma entrevista me pediram para eu me definir, eu não soube dizer nada, eu não sei muito sobre isso, mas vou tentar fazer AQUI e AGORA.
Existem ‘’amigos’’ que tem o dom de promover a nossa falência humana e eles ainda acham que o jeito de ser deles é o mais certo do mundo. Tem gente que tem o dom de alojar dentro de si o mau gosto do mundo. Adoro minhas magoas, tirei todas elas da condição de defeito e as coloquei na condição de enfeites.
Tenho plena consciência de que meu desejo muitas vezes foi assunto no inferno, mas sei que meu desejo também muitas vezes já foi assunto no céu, dois em um, dois em mim.
Estou começando a olhar devagar para mim. Esse olhar demorado revela-me tantas coisas. Estou adorando. Estou deixando de ser retirante, poeta, homem para ser apenas pessoa. Eu sou misérias e riquezas e nesse imperativo ético eu sofro na carne o mistério de ser quem sou. Tenho um lado bem normal, como goiabada, faço kung fu, bato punheta, vou à missa. No sexo vou do branco ao preto, passo por todos os tons de cinza, porque para mim chifre é como anemia, só tem quem come mal.
Percebo pouco a pouco que o que me define de fato como pessoa, não é o que sei dizer sobre mim, más o que eu não sei. Acho que sou um bom amigo porque sei ouvir até o que não foi dito, a minha completude é composta muito mais de silencio do que de palavras. Por tudo isso ultimamente só tenho conseguido amar as pessoas que me trazem um jeito novo de interpretar o que sou. Em contra partida existe seres humanos que consegue me reinaugurar apenas com um olhar. Uma coisa é certa: quem nos ama nos protege das dores do mundo e quando não consegue nos ajuda a fazer a alquimia da dor.
Hoje é dia de reinauguração, resolvi colocar novas luzes na vitrine de minha alma e nela não terá figurantes, apenas pessoas empenhadas há melhorar um pouco que seja o edifício do meu EU, porque a obra continua. Vou ficando por aqui antes que aconteça um acidente e minha visibilidade seja atropelada pela lágrima rolada.
MARLON DE ALBUQUERQUE.
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