O príncipe baiano, feito de goiabada e poesia.
Nunca um livro me impactou e me prendeu tanto, cheguei a dizer que era meu segundo melhor livro, me equivoquei, é o primeiro e melhor de todos.
A história de um menino que foi da Bahia pra São Paulo pra ser piloto de avião e acabou por se tornar garoto de programa, tinha tudo para ser apenas mais uma história cheia de pornografia, sexo e drogas, mas acabou por me surpreender, como um lindo romance que não acabou com o clichê “Felizes para sempre”.
Passei por tudo junto com ele, conheci o Star Boys, cheguei a me imaginar na sala de TV, na cozinha conversando com os demais rapazes, cheguei a sentar na área externa e fumar um cigarro com Diego (que eu nem sei o verdadeiro nome), cheguei a fazer programas com ele e a dividir o prazer e o repúdio de se entregar ao prazer do outro.
Passei pela alegria de me redescobrir e enfim me aceitar homossexual, pela tristeza e revolta de lembrar os momentos ruins da infância, passei pela saudade da família, pelo vislumbre de conhecer lugares novos e nem sempre achá-los interessantes. Excitei-me com novas fantasias, me assustei com alguns pedidos, me identifiquei com situações.
Entristeci ao ver tantas pessoas desistirem de seus sonhos e se acomodarem a uma vida medíocre de ser apenas o objeto de gozo de outrem, me entristeci ao passar por tantas pessoas cheias de si e vazias de amor.
Chorei pela perda do peixe e entendi o porquê Diego diz sermos tão parecidos com eles, chorei pela partida de Afonso que foi viver uma história de amor não muito comum, chorei pelas inúmeras vezes em que Diego se sentiu só e nem Alexandre, nem eu estávamos lá pra segurar sua mão.
Passei a ver a poesia como alimento diário, entendi que ela é apenas o vômito daquilo que o mundo nos faz engolir e que sendo alegres ou tristes, cada uma tem seu valor.
Aprendi que sonhar é bom, que realizar sonhos nem sempre é prazeroso, mas que perdê-los é como morrer. Aprendi que a felicidade é subjetiva e tão efêmera quanto à vida de uma lagarta.
Entrei em choque ao perceber coisas que são a mais pura verdade e que eu nunca havia pensado sobre, como por exemplo, o amor que nasce do sexo não é o amor puro, e se acaba quando o prazer do sexo acaba.
A forma como Marlon Albuquerque conseguiu entrelaçar, pornografia, romance, amor, poesia, sexo e goiabada me fascinou.
Amei cada página, vivi a Star Boys como se fosse um dos garotos, tentei experimentar de tudo um pouco sem pré-conceitos.
Noite passada sonhei com Diego.
Cheguei à Star Boys e pedi a Eduardo que chamasse o “Baiano feito de goiabada e poesia”, conversamos por um tempo, ali mesmo, na garagem, até que perguntei a Diego se poderia beijá-lo, ele me olhou com aqueles olhos doces e me respondeu dizendo que – se pra mim aquilo fosse importante, que eu fizesse – e então nos beijamos.
Assim acabei minha experiência com o “O gosto do sexo sem rosto”, esperando que Diego tenha feito a escolha certa, não necessariamente nessa ordem de sentimentos, as coisas iam e vinham, precisei voltar algumas vezes pra ver se tinha perdido algum detalhe, as coisas se encaixaram e por fim eu aceitei o FIM.
Felipe Cazazco – Natal 01.05.2014 – 03: 46 am.
Também gostei muito, o livro me levou a lugares que nunca imaginei.
ResponderExcluirJulio
Muito bom seu relato sobre a leitura Felipe, realmente Marlon pertuba, seduz e emociona.
ResponderExcluirAss. Aecio de Souza
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ResponderExcluirA parte que li do suicídio do padre tirou meu oxigênio na hora!
ResponderExcluirMarlon dentro daquele enredo do livro ele é um do clímax
abala quem ler, provoca , deixa a gente completamente arrasado,
Marlon essa parte no livro é a ponta de lança para provocar esse tipo de sentimento em quem ler seu livro
Da raiva na gente de Diego.
Seu livro merece
ser estudado.
Ele abarca muita coisa menino o que mais me chamou atenção foi o antagonismo entre Diego e Alexandre
e entre os dois o desejo ardente que os ligavam!!!!!
Eu vou escrever sobre seu livro em breve, parabéns escritor, e parabéns a todos que colaboraram para o nascimento desse livro tão forte!
GILVAN Santos
Obrigado Felipe por tratar o meu trabalho com tanto carinho.
ResponderExcluirGrande abraço!
Nunca vou esquecer esse livro.
ResponderExcluirIgor.
Salvador-Ba
Felipe 80% dos meus livros esse ano foram vendidos em seu estado, nao sabemos o porque, mas ficamos muito feliz e agradecidos pelo carinho de todo RN!
ResponderExcluirGrande beijo!